sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O Ano de Viver Perigosamente - livro.


Livro: O ANO DE VIVER PERIGOSAMENTE – Tit. Original: THE YEAR OF LIVING DANGEROUSBY
Copyright 1987 – Escritor CHRISTOPHER JOHN KOCH
– Obra publicada em 1978, tornou-se um dos Best Sellers da literatura australiana. O livro foi adaptado para o cinema em 1982 com direção de Peter Weir lançado pela Metro-Goldwyn-Mayer.
Tradução Francisco M. da Rocha Filho.
O tema do livro gira em torno do movimento político da Indonésia, mais precisamente em Jakarta no ano de 1965, abordando a forma do governo de Sukarno e a miséria do seu povo. Outro tema amplamente abordado no livro é os “anões”, sua história e origem.
Personagens principais: Cookie o narrador da história e também jornalista. / Billy Kwan, o anão, um dos personagens principais e cinegrafista autônomo. / Gui Hamilton, repórter e personagem principal junto com Kwan. Sukarno, o então presidente e Jill, a parte romântica da história.
Partes separadas do livro ou, diálogos interessantes:
Pag. 92 Billy fala de um amigo indonésio que acredita que sem Deus os homens enlouquecem de orgulho e se tornam maus. A maioria dos indonésios são pessoas tranqüilas... odeiam gente barulhenta, agressiva. Eles a chamam “kasar” (grosseiros). Os ocidentais para eles são kasar. Os heróis mais aristocráticos na indonésia são o príncipe Arjuna, o rei Kresna, Krishna que é uma das encarnações do deus hindu Visnu. Arjuna é também um anão, no mito hindu. – Arjuna é um guerreiro, mas ele prova um tumulto na natureza apenas pela meditação: ao construir seu poder espiritual... seu sukti. Mas para desenvolver este poder, ele teve primeiro que dominar a si mesmo antes de poder controlar os outros. Nada tem uma face única. Arjuna é um herói, mas pode também ser instável e egoísta... isso é a sua fraqueza. E quando Arjuna pergunta a Krishna o que faz um homem pecar, Krishna diz: “A avidez luxuria e a ira; isto é o inimigo da alma. Tudo é toldado pelo desejo, como o fogo pela fumaça, um espelho pela poeira.... (Na página 222 há mais diálogo sobre Arjuna)
Pag. 105 Billy fala sobre as espécies de anões. Existem duas categorias importantes que muitas pessoas confundem: os acondroplásicos e os atelióticos. Um ateliótico vem a ser o verdadeiro anão que vocês conhecem: uma miniatura perfeitamente formada.  Ele é em geral, muito enfermiço e não muito inteligente. Mas o acondroplásico é um homem normal, cujos braços e pernas se desenvolveram deficientemente. Assim, ele é colocado numa situação desagradável. O índice mais baixo de altura normal num homem situa-se em um metro e trinta e um centímetros; eu tenho um metro e vinte e seis. Certo? Mas há muitas variações...(e o texto se prolonga...) Pag.106 –Ah, sim... Bem, a ciência médica ocidental é deleitavelmente indefinida. Por algum motivo, que não sei explicar, os ossos compridos dos membros Dops acondroplásicos sofrem uma parada de crescimento no ventre materno. Essa deficiência tende a surgir em famílias com um casal de pais pequenos, gerando um acondroplásico. Mas acredito em uma teoria mais antiga, companheiro... a de que houve outrora uma raça de anões, da qual nós somos regressões atávicas.  Você pode observar ainda vestígios disso na Europa, formando um cinturão da Baviera ao País de Gales e à Irlanda. Homens pequenos e musculosos que extraem metais preciosos das minas... não se lembra de suas histórias de fadas? (Billy vai além no texto........) Átila, o rei dos hunos, era um acondroplásico. Assim os mongóis tinham também uma sub-raça de anões. (.........)
Pag. 121 DOSSÊ A 2: ANÕES – Na mitologia celta, o reino dos anões debaixo da terra, cheio de metais preciosos, é chamado de antípodas. Pag. 122 – E a você, meu Amigo-Não-Encontrado, que todos esses mapas de outras vidas são endereçados; a você, por quem nós todos idiotamente aguardamos. Você lera cada palavra com simpatia, perdoe toda a minha secreta vileza, favoreça todas as minhas esperanças! Aqui, sobre a página silente, eu sou o mestre – tal como o sou na câmara escura, remexendo meus negativos no banho mágico do revelador. E aqui, entre minhas fichas, posso embaralhar, como se fossem cartas, as vidas com que lido. Seus rostos se projetam para mim desses pequenos pedaços de cartão acetinado; pessoas que se converterão em outras pessoas; criaturas que envelhecerão, trairão seus sonhos, tornar-se-ão fantasmas. Mas elas aguardam, em minhas fichas, para ver o que farei com elas. Ao mapear seu cego roteiro no papel, eu as possuo, de certo modo! Elas podem me deixar fora de seus corações, querido Amigo, mas não de suas vidas. Elas são inquilinas de meu sistema secreto, quer gostem ou não....
(Digitei alguma fala do anão Billy e o dossiê acima. Billy tinha a estranha mania de fazer um dossiê sobre as pessoas... da forma que ele as via.... )
Pag. 108 “A religião não é boa sem a paixão” – disse Billy (nessa página, Billy fala sobre religião).
Pag. 146 DOSSIÊ S 9. SUKARNO, Engenheiro Raden (Kusno Susro) presidente da República da Indonésia.
     O título “Raden” é o de um membro da classe priyayi aristocrática de Java. Os nomes “Kusno Susro” foram abolidos na sua infância, porque ele era enfermiço e seu pai o rebatizou com o nome de Karno, para atrair para ele melhores condições de saúde. (aqui se prolonga o dossiê nas páginas 147 e 148). Na página 110 Billy fala sobre Sukarno. Sukarno é um romântico, não um materialista. Lembram do que ele disse sobre a revolução? “Eu estou louco, estou obcecado pelo romantismo da revolução”. E quando ele se dirige às massas que o apoiam, dá-se uma comunhão mística. Sabe o que ele disse uma vez em seu discurso? Que quando ele fala para o povo, está possuído. – A voz grave de Kwan ganhou um som litúrgico, e ele citou: “Para mim, o fogo não é quente o bastante, o oceano não é suficientemente profundo, nem as estrelas bastante altas”. (.............) Assim, ele une em si mesmo as duas grandes religiões de Java. Um homem duplo, um homem de dualidades. (......) Lembrando que C.J.Koch escreveu o livro “O Homem Duplo” que não tem nada haver com política mas sim, com o sonho de alguns jovens dos anos sessenta.
Pag. 153 “Sempre supomos que aqueles que nos estimam continuem os mesmos; é muito desconcertante verificar que eles podem se afastar, ou colocar uma nova máscara”.
Pag. 281 – Que o silêncio possa predominar. Que a força do vento e da tempestade possa ser minha. (..............) Ditadores extintos, como Hitler e Stálin, tem uma qualidade subumana, muito reduzida, vistos através de nossos telescópios invertidos. Eles deprimem; são como insetos. Você não tinha essa configuração, Bung Karno, e isso me faz julgar seus pecados como veniais ao invés de mortais. Você sorri para mim agora na foto do arquivo de Billy Kwan, com o pitji elegantemente inclinado, e eu sorrio torto em resposta, como se sorri para um trapaceador de quem não conseguimos deixar de gostar (.............) Você permaneceu um adolescente, Sukarno, desavergonhosamente apaixonado por si mesmo. (.....).
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Estas são as partes do livro que fiz questão de digitar na lembrança.
(By Mar)